Álcool no Brasil


Introdução

O etanol (álcool etílico) é uma molécula orgânica relativamente simples (CH3CH2OH) e de fácil obtenção, que se mistura facilmente com outros líquidos (água e gasolina) e encontra uma ampla aplicação na vida cotidiana do brasileiro. O etanol é usado como solvente industrial, anti-séptico, conservante, componente de diversas bebidas, em desinfetantes domésticos e hospitalares, solvente de fármacos importantes e na forma de combustível

O que é o etanol?

Etanol (álcool etílico) é o mais comum dos alcoóis e caracteriza-se por ser um composto orgânico (CH3CH2OH), obtido por meio da fermentação de amido e outros açúcares, como a sacarose existente na cana-de-açúcar, nos açúcares da uva e cevada e também mediante processos sintéticos. É um líquido incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com cheiro e sabor característicos. A presença do oxigênio, elemento eletronegativo, em sua estrutura molecular, atrai elétrons de ligação, tornando-o um solvente fortemente polar.

O etanol como combustível

O álcool etílico é utilizado como combustível desde o nascimento dos automóveis, na tentativa de adaptar os motores recém inventados para a sua utilização. Desde então, o uso do etanol em veículos automotores tem sido um considerável avanço. O álcool é menos inflamável e menos tóxico que a gasolina e o diesel. Ele pode ser produzido a partir de biomassa (resíduos agrícolas e florestais). No Brasil, ele é gerado principalmente da cana-de-açúcar. Nos Estados Unidos, o milho é o mais usado.
O uso de álcool combustível teve seu primeiro ápice no país a partir da década de 70, com a crise de petróleo no mundo e o nascimento do Proálcool (Programa Nacional do Álcool) em 14 de novembro de 1975, que incentivava o cultivo da cana-de-açúcar e provia recursos para construção de usinas, e tinha como apelo o fato de ser uma fonte de energia renovável e menos poluidora que os derivados do petróleo, o que possibilitou o desenvolvimento de uma tecnologia 100% nacional.
A utilização do álcool como combustível em carros de fabricantes nacionais atingiu seu pico em 1986 junto com o popular Fiat 147, mas os produtores acabaram preferindo vender sua matéria-prima para produção de açúcar em vez de álcool por causa dos preços, o que, junto com a queda do preço do petróleo, ajudou a levar o programa ao fracasso. Vale lembrar, no entanto, que, desde o começo do programa Proálcool, o Brasil economizou mais de US$ 180 bilhões com as importações de petróleo e juros pagos aos credores.
Hoje o Proálcool não existe mais, tendo-se encerrado oficiosamente no início do governo Collor de Mello (1990) quando o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) foi extinto e, no lugar, foram criados a Secretaria de Desenvolvimento Regional da Presidência da República e o Departamento de Assuntos Sucroalcooleiros. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) assumiu o papel de financiador de usinas. Pouco antes, em 1998, durante o plano econômico chamado Plano Verão, o governo havia acabado com paridade de preço de 64% entre o álcool e a gasolina, primeiro passo da desregulamentação do álcool no Brasil.

Em 2007 no Brasil, 43% dos automóveis já eram movidos a álcool, incluindo os de motores flex. Nos Estados Unidos, a mistura etanol-gasolina (E85), a única ainda comercializada no país, corresponde a 8% do mercado de combustível. De acordo com o American Petroleum Institute, os Estados Unidos consomem quase 25 vezes mais gasolina que o Brasil, o que faz com que a troca de um combustível pelo outro seja quase impossível a curto prazo, principalmente se considerarmos a vontade de políticos americanos de não depender da produção externa de milho ou cana-de-açúcar para a produção de etanol.
A diferença entre a produção de etanol no Brasil e nos EUA é que lá ele é produzido do milho, muitas vezes, transgênico, por ser mais resistente a pragas e a pesticidas. No Brasil, o etanol é 100% de cana-de-açúcar, e na Europa ele vem da fermentação de beterraba. E a cana é disparada a mais barata. O valor atual para produção de álcool é de US$ 0,22 por litro quando a matéria-prima é cana-de-açúcar, US$ 0,30/l, quando é milho, e US$ 0,53/l quando se usa beterraba. Baseado nesses valores, dá para afirmar que o álcool produzido no Brasil é o mais apropriado para o consumidor.
O álcool no Brasil é usado também como aditivo à gasolina na porcentagem de 20% a 25%, por força de lei. Nesse caso é o álcool anidro (sem água), de especificação mínima 99,3° INPM (por peso), enquanto o álcool fornecido nos postos é o hidratado, de 92,6° a 93,8° INPM. Dos 25 bilhões de litros de gasolina consumidos anualmente, cerca de 6 bilhões de litros são de álcool anidro. Nos Estados Unidos tal mistura, mas a 10%, é disponível em alguns estados e se chama gasohol.
A liderança e competitividade foi obtida por longos anos de trabalho realizado por pesquisadores em instituições de ensino e pesquisa e em empresas privadas. O resultado é uma valiosa bagagem de conhecimento e de tecnologia sobre a cana, seus derivados e sobre o processo de fabricação do etanol de cana. Os projetos abrangeram temas diversos, como o melhoramento genético da cana-de-açúcar, combate a pragas, técnicas agrícolas e de colheita, impactos da cultura no meio ambiente e tecnologias de fabricação do etanol, incluindo-se a hidrólise e a fermentação. 

Problemas ambientais com o cultivo da cana-de-açúcar

Existem problemas que precisam ser resolvidos para que o álcool se torne realmente uma alternativa sócio e ambientalmente sustentável no Brasil. Problemas esses gerados pela monocultura da cana-de-açúcar, pela condição social e trabalhista da mão-de-obra empregada, pelo primitivo processo de colheita (que obriga à queima da cana), entre outros.
A queima da palha do canavial visa facilitar e baratear o corte manual, fazendo com que a produtividade do trabalho do cortador aumente de duas para cinco toneladas por dia. Os custos do carregamento e transporte também são reduzidos, e aumenta a eficiência das moendas, que não precisam interromper seu funcionamento para limpeza da palha. Por outro lado, essa prática, empregada em aproximadamente 3,5 milhões de hectares, tem conseqüências desastrosas para o ambiente. No Brasil as queimadas são uma prática proibida por lei há vários anos.
Ainda, a queimada libera gás carbônico, ozônio, gases de nitrogênio e de enxofre e também a indesejada fuligem da palha queimada, que contém substâncias cancerígenas. A prática da queimada, apesar do benefício imediata, tem outros efeitos colaterais,  provocando perdas significativas de nutrientes para as plantas e facilitando o aparecimento de ervas daninhas e a erosão, devido à redução da proteção do solo. As internações por problemas respiratórios, intoxicações e asfixias aumentam consideravelmente durante a época da fuligem.
Há problemas também nos efluentes do processo industrial da cana-de-açúcar, os quais devem ser tratados e se possível reaproveitados na forma de fertilizantes. Sem o devido tratamento, os efluentes lançados nos rios comprometem a sobrevivência de diversos seres aquáticos e até mesmo dos terrestres. Além disso, quando usados como fertilizantes os efluentes não tratados contaminam os lençóis freáticos.
Alternativa - O cultivo e  a fermentação da cana de açúcar geram co-produtos importantes além do açúcar e etanol propriamente dito. Do bagaço da cana, acima de 40% do resíduo está na forma de celulose, 20% em forma de hemicelulose, 30% de lignina e elementos químicos importantes como enxofre (0,20%) e potássio (1%). O bagaço, as folhas e outros restos do cultivo estão sendo usados também para a geração de energia elétrica (bioeletricidade) e a maioria das destilarias tem aproveitado esta energia para aquecer suas caldeiras, vendendo o excesso, para as mais diferentes finalidades. É importante lembrar que a colheita da cana é realizada principalmente nas estações de seca, momento em que as hidrelétricasdiminuem sua produção de energia.
Questão social - Outro problema apontado pelos especialistas é a questão da sobrecarga dos trabalhadores rurais que extraem a cana. Segundo a Pesquisa Nacional de Amostragem de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2005, o setor tinha 982 mil empregados diretos e formais no setor. A preocupação maior, no entanto, está nos trabalhos temporários e nas condições precárias, com sobrecarga de trabalho. Em duas safras, vinte trabalhadores chegaram a morrer. As suspeitas são que a razão das mortes foi estafa. 
O etanol é produzido no Brasil essencialmente nas regiões sudoeste e nordeste do Brasil. O Brasil tem uma área total de 851 milhões de hectares, sendo que, somente em 6 milhões de hectares, está concentrado o cultivo de cana-de-açúcar. A plantação de milho e soja ocupa atualmente 34 milhões de hectares e pecuária, outros 220 milhões. Os planos governamentais para os próximos cinco anos são de aumentar em 50% a área de plantio, substituindo os pastos por cana. Em termos de renda, a atividade poderia envolver a quantia de US$ 30 bilhões anuais e a geração de 5 milhões de empregos. A Amazônia Legal tem começado a ampliar seu cultivo com cerca de 300 mil hectares cultivados em 2007. Esse crescimento pode ser parcialmente bloqueado a partir da criação do zoneamento da produção de cana-de-açúcar, que deve terminar de ser elaborado pelo governo no segundo semestre de 2008, que proibe o cultivo na Amazônia e no Pantanal.
Pesquisadores do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe)da Universidade de Campinas (Unicamp) estimam que o Brasil deveria aumentar em doze vezes sua produção para substituir 10% do consumo mundial atual de gasolina. Em 2006, foi estimado que, no plantio de cana-de-açúcar, estão envolvidos cerca de 70 mil produtores ligados a mais de 370 mil destilarias. Outro 1 milhão de pessoas estão envolvidas no processo de produção de etanol.
Assim, é necessário casar produção com consumo cuja previsão é de aumento explosivo. Segundo projeção divulgada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), até 2013, o número de veículos movidos a álcool e gasolina (os chamados flex) em circulação crescerá em 500%. A frota atual, segundo a Anfavea, alcança 6,5 milhões de unidades que circulam com as mais diferentes misturas de gasolina e etanol.
Nos últimos dez anos, a produção canavieira no Brasil cresceu significativamente, passando de 90 milhões de toneladas em 1975 para mais de 400 milhões em 2006. Com relação ao etanol, passou-se de 500 milhões de litros para mais de 17 bilhões de litros. Também a produtividade de álcool melhorou. Saiu-se de 3 mil por hectare para 7 mil litros por hectare e o processo de fermentação gira hoje em torno de 15 horas, dependendo exclusivamente da linhagem de levedura utilizada.

Perspectivas futuras

A qualidade da tecnologia que o Brasil tem na produção de etanol proveniente de cultivos de cana-de-açúcar é inquestionável. Durante algumas décadas, o país recebeu investimento volumoso dos diferentes governos para o estabelecimento deste cultivo como prioritário e estratégico.
A estimativa para 2012 é que as áreas de cultivo de cana-de-açúcar atinjam a marca de 9 milhões de hectares no Brasil e que a produção de etanol seja de 25 bilhões de litros, obtidas de mais de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Para 2030, a produção de etanol deverá atingir a impressionante marca de 67 bilhões de litros. Espera-se que com a biotecnologia e o desenvolvimento recente do genoma da cana-de-açúcar, o país caminhe a passos largos para solidificar o etanol como o biocombustível apropriado e sustentável para substituir mundialmente o petróleo.





Falha de San Andreas


Falha de San Andreas, também referida como Falha de Santo André (San Andreas Fault) é uma falha geológicade tipo tangencial de quase 1300 km situada na Califórnia. Essa falha é uma marca natural de um limite transformante existente entre a Placa do Pacífico e a Placa norte-americana.


Falha de San Andreas (EUA)
É conhecida por gerar terremotos de grande intensidade, como o registrado em 1906, o histórico Terremoto de São Francisco que, na época, assolou a cidade de São Francisco.
Há uma crença que pré-determina, sem de conceitos cientificamente provados, que futuros terremotos na área poderão causar uma divisão no estado da Califórnia, causando um desprendimento de uma parte do continente, que se transformaria numa ilha.
Dentre os abalos sísmicos registrados na região, destacam-se o abalo ocorrido em 1857, cujo epicentro ocorreu ao sul de Parkfield com uma magnitude de 8,0 da Escala Richter; Em 1906, como citado anteriormente, ocorreu o Terremoto de San Francisco que , diferente do terremoto de 1857, que matara apenas duas pessoa, o abalo de 1906, matou mais de três mil pessoas. Em 1989, um tremor ocorrido com magnitude 7,1 na escala Richter, causou 63 mortes e danos em alguns pontos na Baía de São Francisco.
Sabe-se que a crosta do Planeta Terra é formada por diversasplacas tectônicas que se movimentam sobre o manto, essas movimentações geram encontros e desgastes entre as placas que, consequentemente, desencadeiam mudanças físicas na crosta.
No litoral ocidental dos EUA, a Falha de San Andreas é decorrente de um deslizamento da placa norte-americana de 14 milímetros ao ano do sentido sudeste, e da placa do Pacífico de 5 milímetros no sentido oposto da placa norte-americana.
A região da Costa Oeste dos Estados Unidos é uma das regiões que mais apresenta atividade sísmica no planeta. A Falha trata-se de uma grande rachadura visível, os deslizamentos descritos  no parágrafo anterior geram instabilidades em todo o estado da Califórnia. Segundo o Instituto de Pesquisas Geológicas dos EUA, a Califórnia possui 99 % de probabilidade de sofrer um novo terremoto acima de 6,7 graus nos próximos trinta anos.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Falha_de_Santo_Andreas
http://www.brasilescola.com/geografia/falha-san-andreas.htm

Terremoto




Terremoto ou sismo é um fenômeno que acontece devido à movimentação que ocorre no núcleo do planeta Terra. As ondas de força provocadas por tal movimentação são transmitidas às outras camadas componentes da massa do planeta até atingir a superfície na forma de tremores.
Como o núcleo terrestre, imerso em altas temperaturas, está sempre em movimentação, os terremotos também ocorrem com igual frequencia (na casa dos milhares). Os tremores iniciam-se no núcleo do planeta e chegam até as chamadas “placas tectônicas“. Tais placas constituem a litosfera terrestre (do grego “lithos”, rocha, e “sphaira”, esfera, dando “esfera rochosa”), ou seja, a “casca” do nosso planeta.
A grande maioria dos sismos são de intensidade mínima, dificilmente notados pelo observador casual. Mas certas regiões da Terra possuem maior propensão que outras a sofrer terremotos de grande intensidade. Isto se explica por tais regiões estarem exatamente em cima de alguma das placas tectônicas. As placas tectônicas estão, assim como o núcleo terrestre, em constante movimento, e devido a este movimento, inevitavelmente chocam-se. As porções de terra que localizam-se exatamente na área em que as placas se chocam receberão um sismo muito maior do que uma porção de terra localizada em qualquer outra área das placas. Assim temos as áreas que ficaram famosas por terremotos igualmente letais e intensos, como o arquipélago japonês, áreas da China, do México, e o estado da Califórnia, no EUA. Até hoje, o terremoto de maior intensidade já registrado foi o de Valdivia, no Chile, em 1960, de 9.6 graus na Escala de Richter, escala esta utilizada para medir a força dos terremotos.
Os terremotos ocorrem principalmente sobre as arestas das placas tectônicas.
Outro aspecto importante é notar que um tremor em si não causa as tragédias que acostmamos acompanhar pela imprensa. A falta de infraestrutura, a construção desordenada de prédios, residências e pontes são, no fim, o componente letal de todo terremoto. Um ambiente preparado para receber tal fenômeno natural privará seguramente o sacrifício inútil de vidas humanas.
Um segundo tipo de terremoto, porém menos comum, é o resultante de erupções vulcânicas, provocados pela acumulação de magma ao largo da câmara magmática do vulcão. As rochas são assim comprimidas, e quando a força de tal compressão é liberada, temos microtremores que prenunciam a erupção iminente daquele vulcão.
Além dos dois tipos de terremotos naturais, temos também um terceiro: os sismos induzidos, de obra exclusivamente humana, de maneira direta ou indireta. Como exemplo temos os sismos resultantes da procura e extração de minerais, combustíveis fósseis e a construção de canais aquíferos de irrigação e abastecimento.